1917, Rússia. A revolução tomava as ruas e organizava a classe trabalhadora que embora pequena, jovem, sem instrução e inexperiente, era rica de paixão política e idealismo. Ao derrubar o poder opressor tzrista, perto da Insurreição de Outubro, instalou-se em Petrogrado uma celebração alcoólica sem precedentes durante semanas arriscando a revolução a um impasse ou até paralisia.
O Palácio de Inverno, antiga residência do tzar, foi invadido por uma multidão composta em sua maioria por soldados. Esses embriagaram-se das adegas de vinho iniciando uma orgia desenfreada que tomou conta da cidade inteira.
Os bombeiros foram chamados para inundarem as adegas porém também entraram na celebração. O Conselho de Comissários do Povo nomearam um comissário especial e deram-lhe forte apoio militar para conter a orgia. Com risco de explodir as adegas e fuzilar os embriagados, foi declarado estado de sítio em parte de Petrogrado. Depois de um reforço intenso essa loucura alcoólica foi superada.
O álcool como fator inerente à sociedade humana, tem mostrado pela história que é capaz de provocar alterações psíquicas no indivíduo, até o extremo de prejudicar o próximo. Uma vez que este está inserido em sociedade.
Trotski, ao analisar o ocorrido na Rússia, reflete que o álcool é um fator tão político quanto a palavra.
A dependência proveniente do consumo irresponsável e incosenquente de álcool, seja no âmbito individual ou em um alvoroço alcoólico, torna-se além de física também sócio-política, uma vez que se perde a condição de auto conduzir-se.
Com os inúmeros danos causados pelo consumo exacerbado em diferentes culturas do planeta, mostrou-se necessário a tomada de medidas extremas por parte de seus governantes.
No Brasil a situação não é diferente. O álcool desempenhando um importante papel na vida social, consome a sociedade com suas fantasia inconsequentes tentadoras podendo ser fatal.
Ano a ano milhares de pessoas morrem vítimas do álcool no trânsito. Certamente a lei seca mostra-se como uma medida extrema em resposta a atual situação caótica. Ela tem sido alvo de constantes críticas e debates, porém a real reflexão pela qual os insatisfeitos com a lei deveria passar é: Um indivíduo embriagado que pode não responder aos estímulos externos, ainda pode reinvidicar seus direitos relativos ao consumo de tal drogas lícita, colocando a vida de outros em risco? Se beber não exija.
por Mat Guzzo
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
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