Álcool é droga
Por Profª Lusimar Alvares
Algumas verdades são absolutas, inquestionáveis. A primeira delas é que o álcool faz parte de nossa tradição cultural: com champanhe e vinho, brindam-se o nascimento, as formaturas, o noivado, o casamentos, a passagem de cada ano. Dessa forma, o lado glamoroso da bebida obscurece seus malefícios sociais, cegando adultos e adolescentes, impedindo-os de enxergar os terríveis – e crescentes- números que relacionam morte e álcool.
Recente pesquisa, elaborada pela UNIAD- Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da UNIFESP, mapeou o comportamento de jovens e adultos com relação ao álcool e os resultados alertam, ou deveriam alertar, pais e educadores.
Um primeiro e preocupante dado informa que os jovens começam a beber cada vez mais cedo. A grande maioria dos jovens entre 14 e 17 anos vive a transição de um estado de dependência dos pais para uma condição de autonomia pessoal na qual a inserção no grupo torna-se fundamental. E aí o beber aparece como um dos principais meios de integração. Essa necessidade, aliada ao aumento do poder aquisitivo- mesadas generosas- e à carga implacável da publicidade em busca de novos mercados são visíveis no comportamento inadequado de nossos jovens.
Paradoxalmente, muitos pais não vêem como problema o uso de álcool por seus filhos menores de idade, às vezes considerando-o até “um rito de passagem”. O “primeiro porre” vira assunto de piada familiar, sinalizando ao jovem que o segundo, terceiro, milésimo são esperados e tolerados. E a segunda verdade, absoluta, inquestionável - que o álcool é substância psicotrópica, capaz de alterar os estados mentais - é posta de lado.
A terceira verdade demonstra que 60% do consumo de álcool, no Brasil, referem-se à cerveja - dado fornecido pela ANBEV. E a publicidade está encarregada de não permitir o declínio desse índice; ao contrário, através de campanhas agressivas, tem por meta aumentar os números, agregando novos consumidores. Sabendo-se que o adulto muda pouco o padrão de consumo, onde buscar novos bebedores se não entre jovens dos14 aos 17 anos? Ou menos!
Cabe à sociedade criar um clima de intolerância social ao consumo abusivo do álcool entre jovens e adultos, através da pressão pelo cumprimento de leis que punam quem vende álcool a menores, leis que punam, na carteira de habilitação e no bolso, quem associa álcool e volante, leis que protejam nossos jovens da propaganda enganosa e insinuante, proibindo comerciais de cerveja, antes das 21horas em nossa televisão.
O Estado tem o dever de proteger seus cidadãos de terceiros que lhes possam causar qualquer dano e cada cidadão deve ter o compromisso de respeitar o próximo. Cerveja é álcool, álcool é droga. Fazer apologia à droga é ilegal e imoral.
Por Profª Lusimar Alvares
Algumas verdades são absolutas, inquestionáveis. A primeira delas é que o álcool faz parte de nossa tradição cultural: com champanhe e vinho, brindam-se o nascimento, as formaturas, o noivado, o casamentos, a passagem de cada ano. Dessa forma, o lado glamoroso da bebida obscurece seus malefícios sociais, cegando adultos e adolescentes, impedindo-os de enxergar os terríveis – e crescentes- números que relacionam morte e álcool.
Recente pesquisa, elaborada pela UNIAD- Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da UNIFESP, mapeou o comportamento de jovens e adultos com relação ao álcool e os resultados alertam, ou deveriam alertar, pais e educadores.
Um primeiro e preocupante dado informa que os jovens começam a beber cada vez mais cedo. A grande maioria dos jovens entre 14 e 17 anos vive a transição de um estado de dependência dos pais para uma condição de autonomia pessoal na qual a inserção no grupo torna-se fundamental. E aí o beber aparece como um dos principais meios de integração. Essa necessidade, aliada ao aumento do poder aquisitivo- mesadas generosas- e à carga implacável da publicidade em busca de novos mercados são visíveis no comportamento inadequado de nossos jovens.
Paradoxalmente, muitos pais não vêem como problema o uso de álcool por seus filhos menores de idade, às vezes considerando-o até “um rito de passagem”. O “primeiro porre” vira assunto de piada familiar, sinalizando ao jovem que o segundo, terceiro, milésimo são esperados e tolerados. E a segunda verdade, absoluta, inquestionável - que o álcool é substância psicotrópica, capaz de alterar os estados mentais - é posta de lado.
A terceira verdade demonstra que 60% do consumo de álcool, no Brasil, referem-se à cerveja - dado fornecido pela ANBEV. E a publicidade está encarregada de não permitir o declínio desse índice; ao contrário, através de campanhas agressivas, tem por meta aumentar os números, agregando novos consumidores. Sabendo-se que o adulto muda pouco o padrão de consumo, onde buscar novos bebedores se não entre jovens dos14 aos 17 anos? Ou menos!
Cabe à sociedade criar um clima de intolerância social ao consumo abusivo do álcool entre jovens e adultos, através da pressão pelo cumprimento de leis que punam quem vende álcool a menores, leis que punam, na carteira de habilitação e no bolso, quem associa álcool e volante, leis que protejam nossos jovens da propaganda enganosa e insinuante, proibindo comerciais de cerveja, antes das 21horas em nossa televisão.
O Estado tem o dever de proteger seus cidadãos de terceiros que lhes possam causar qualquer dano e cada cidadão deve ter o compromisso de respeitar o próximo. Cerveja é álcool, álcool é droga. Fazer apologia à droga é ilegal e imoral.
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