domingo, 7 de junho de 2009

Correspondência Política

“Eu queimaria pessoalmente qualquer livro israelense que se encontrasse nas bibliotecas do Egito.”

Esta frase foi pronunciada ano passado pelo ministro da cultura egípcio Farouk Hosny, que é candidato a cargo de presidente da UNESCO, órgão que se preocupa com a educação, ciência e cultura. Mas quem apoiaria um sujeito desses, figura de um governo militar a 20 anos no poder?

Mesmo podendo lançar um candidato próprio, o Brasil está apoiando o ministro da incultura egípcio, Tentando justificar o injustificável, o Itamaraty disse que isso poderia ser utilizado de barganha para futuras negociações com os governos árabes.
O problema é que até mesmo um grande número de países árabes é contra a candidatura de Farouk Hosny.

Franklin Martins disse que “o apoio é coerente com a política brasileira de aproximação com o mundo árabe”.
E é mesmo: depois de defender o programa nuclear iraniano é bem coerente mesmo que Lula apoie um anti-semita vindo de um governo autoritário.
Ahmadinejad, ditador do Irã não veio ao Brasil. Mas quem sabe Farouk Hosny aceite o convite e consiga estragar ainda mais a imagem da diplomacia brasileira no mundo.

Eduardo Fantin, atrasadão, reacionário e caretão!

Abraços!

4 comentários:

hank disse...

Sabe que eu estava pensando justamente nisso outro dia! Me questionava até que ponto um governo democrático pode se considerar como tal na medida em que sua política externa, não obstante não se preocupar com a promoção de valores da democracia, apoia candidaturas como a de Hosny para a UNESCO ou a da Venezuela para o Mercosul.

Até que ponto podemos confiar na democracia brasileira? Me parece que ela não está nem um pouco sólida. Se o próprio Poder Executivo parece relativizar a importância dessa forma de governo, não sei até que ponto nós, brasileiros, podemos nos considerar livres de qualquer reviravolta no processo de consolidação das liberdades individuais, as quais têm sido conquistadas a tão duras penas desde o fim da ditadura.

hank disse...

Isso sem falar nos EUA e na comunidade internacional, que, a pretexto de manter coesa a teia de comércio internacional, se abstêm de fazer qualquer crítica à situação das liberdades fundamentais no regime chinês. Quando a China virar potência e, consequentemente, seu regime servir de inspiração a outros países – como outrora o regime socialista soviético –, quero ver uma democracia sem identidade, a exemplo da brasileira, "segurar as pontas".

hank disse...

Juro que é o último comentário hehehe:

Pô Guzzo (ou Mary)! A rima do fim do texto ficou "meio" forçada =pp

Fora isso, parabéns pela escolha e abordagem do tema!

DudaFantini disse...

Hank, brilhante como sempre! uhahuahuahu
Mas eh isso mesmo...eu sinto que democracioa é tanto quanto relativo...