quarta-feira, 13 de agosto de 2008



"E eu dormindo embriagado, um par de coxas do meu lado
E eu sem saber se devia ou não tocar"



Impossível seria não relacionar a música com o álcool, ainda mais quando abusivo. A presença dessa lícita droga no ambiente musical mantém uma tradição, a qual pode-se prever inacabável. Desde o velho rock'n'roll até estrelas mais atuais, como Amy Winehouse e Britney Spears ele torna-se um problema a visão de expectador.
O rock'n'roll teve um surgimento triunfante, relacionado a curtições 'all night long' e diversão custe o que custar. Mais tarde esse espírito seria relacionado com o exagero dos metaleiros, fúria e revolta dos punks e conflitos mentais comummente evidenciados por grandes ícones.
Muitas músicas passaram citar o famoso e significativo álcool. 'I'm a drunker, I'm a smoker, I'm a joker', 'quero cheirar fumaça de óleo diesel, me embriagar até que alguém me esqueça', 'Spent my days with a woman unkind, Smoked my stuff and drank all my wine' e muitos outros trechos podem ser citados.
Tornaram-se abundantes as mortes por overdose. Como exemplo tem-se John Bonham, baterista do lendário Led Zeppelin, que morreu após uma noite de excessos. Diz a lenda que foi constada em seu sangue a quantia de álcool equivalente à quarenta doses de vodka. Outros rumores cogitam, como sempre, suicídio, mas de fato, Bonham era um abusivo sem noção com o álcool. Mais tarde, morreria o guitarrista do triunfante Def Leppard, Steve Clark. Esse, fã de Led Zeppelin, já chegou a ser internado com doses superiores de álcool no sangue do que quando John Bonham morrera e sobreviveu. Chegou a tratar o vício por certo tempo, mas morreu por overdose em 1991.
O sentido por trás de tudo pode levar a amplas discussões. Os mais corretos acreditam que tudo é apenas idiotice, ou desilusão/desencontro dos astros. Já os mais analíticos são capazes de pensar horas e horas sobre o assunto. No movimento hippie tornou-se claro o uso de drogas como forma de protesto a tudo o que ocorria pelo mundo. Usar drogas, se embebedar soava como uma agressão à sociedade, embora a maioria dos políticos fizesse isso por trás do conforto de suas janelas. Os punks, de raiz, têm claramente a ideologia protestante, rebelde e incontrolável. Rockers visam a diversão, curtir cada momento já que a vida é feita pra isso e dinheiro não os falta. Porém, não são só motivos agradáveis pra uma personalidade que geram o uso exacerbado do álcool e afins. Conflitos mentais, incapacidade de ver sentido ou prazer durante a vida, inquietações e, até mesmo, o prazer transmitido pela proximidade do fim principalmente pra arte existente no interior, como no caso de Jim Morrison. Ver o mundo de outra maneira, conseguir outro patamar de consciência, tirar a cabeça das inquietações perturbadoras e cotidianas fazem parte do repertório desses alcoólatras de peso.
Um efeito dominó ridiculamente causado é o olhar causado pela mediocridade de que roqueiros ou artistas devem ser bêbados, então almejar algo na arte significa ter dinheiro para sustentar ao menos duas garrafas de whisky por dia. O que essas pessoas criam são personagens pífios a partir de exemplos que as consomem, afinal, todos desejamos criar um personagem para a sociedade. O fato é que o consumo do álcool e totalmente explícito e realmente influencia, ainda mais quando se é um fã sem fronteiras. Mas, não podemos culpar os astros expostos. Cada um constrói a sua cabeça e deve ter capacidade analítica própria. Por isso, não considero uma atitude errada o abuso praticado no meio. Cada um tem uma perspectiva de vida e faz o que quer desde que não faça com que outros sofram com suas atitudes. Ficar bêbado no seu espaço é um problema seu e de ninguém mais.



Bruno Barufatti

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