segunda-feira, 2 de junho de 2008

Coluna do Mestre

Violência na Escola: Uma Lição a Recuperar

Por Profº Marco Antônio

Dar lições.

Sem dúvida um compromisso que ninguém duvida ser essencialmente escolar.

É verdade que tomamos lições nas mais diferentes situações e lugares, mas acredito que é tarefa da escola, planejá-las com objetivos claros, tanto para quem tem a pretensão de dá-las, quanto para quem tem a expectativa de recebê-las.

A sociedade, através da família, dá à escola créditos de confiança, apostando que lições adequadas para a formação de indivíduos comprometidos com o bem comum, serão propostas num ambiente controlado por teorias e práticas pedagógicas, contribuindo assim para uma sólida formação técnica, moral e, sobretudo ética, daqueles que por lá passam.

Porém, nem todas as lições oferecidas na escola são ministradas em aulas, seminários, palestras e outras atividades.

Devemos nos lembrar que a escola é parte da sociedade, e esta, a ela impõe demandas e valores não necessariamente acadêmicos. Lições também são tomadas neste contexto, porém, de forma espontânea, não planejada. Fogem assim, do controle dos agentes pedagógicos. Teorias da educação não as alcançam.

Grupo separatista Checheno invade escola na cidade Russa de Beslan - intolerância étnica.

 

 

Fiquemos com dois exemplos extremos: Beslan (Rússia/2004) e Columbine (EUA/1999).

 

 

A escola, ícone de uma sociedade cada vez mais tecnológica, tornou-se, nestes casos, protagonista e autora de dramas impensáveis. A força bruta, que é a antítese do ideal de igualdade e fraternidade que a escola pretende promover, tomou-a como refém e chocou todo o mundo civilizado. Eric Harris e Dylan Klebold atiram contra colegas e professores no Instituto Columbine – descontrole emocional.

Não pretendo utilizar as linhas deste singelo jornal, para propor uma análise crítica de tais fatos. Não me julgo capaz de tal tarefa. Não quero também levantar questões sobre outros fatos menos dramáticos, porém dolorosos.

Quero lições.

Quero acreditar que a escola pode ensinar a sociedade a promover justiça a todos. Quero acreditar que posso ensinar o meu aluno a dar proteção aos que não podem se defender do abuso daqueles que querem impor, pela força, os interesses de suas classes, corporações, tribos e etnias, ou dar vazão às suas neuroses pessoais e instintos primitivos.

A boa lição é aquela que provoca um aprendizado real.

Tal lição não precisa ser agradável, nem deve ter a pretensão de atingir uniformemente todo o espectro cognitivo do aprendiz no exato instante em que ela ocorre. Seu planejamento pode ser prescindível e prová-la pode ser o seu fim.

Para uma lição é imprescindível um aprendiz atento e um mestre, as essências de toda escola honesta.

Aprendamos as lições.

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