"O que você seria capaz de fazer para esconder um segredo?" - O Leitor
Kate Wislet recebeu o prêmio máximo das atrizes de Hollywood no último dia 22 de fevereiro pelo seu papel de protagonista no longa-metragem “O Leitor”. A enorme projeção do filme revelou o best-seller do alemão Bernhard Schlink, que saltou para os primeiros lugares no ranking dos livros mais lidos, e não sem mais motivos.
Kate Wislet recebeu o prêmio máximo das atrizes de Hollywood no último dia 22 de fevereiro pelo seu papel de protagonista no longa-metragem “O Leitor”. A enorme projeção do filme revelou o best-seller do alemão Bernhard Schlink, que saltou para os primeiros lugares no ranking dos livros mais lidos, e não sem mais motivos.

Em "O Leitor" (de Bernhard Schlink, Ed. Record, 239 páginas), o enredo desenrola-se a partir do encontro do jovem Michael Berg, um estudante de 15 anos, com Hanna Schmitz, uma mulher de 32 anos, enigmática e cheia de reservas. Eles iniciam uma intensa relação amorosa que rende ao garoto sua iniciação sexual e muitas reflexões mundanas. Seus encontros eram sempre orientados pelo mesmo ritual: primeiro banhavam-se, depois Michael lia fragmentos de diferentes autores e só então faziam amor. O garoto passa por intensas mudanças interiores durante essa fase e se identificar com alguma reflexão que ele faz é inevitável. Muito embora o relacionamento entre os dois amadureça durante a primeira parte do livro, Michael nada sabe de mais profundo sobre o passado da amante. Abruptamente, Hanna some e o garoto percebe que ela se foi.
Anos depois, o garoto torna-se um jovem universitário de Direito e participa do julgamento de 5 guardas da Waffen-SS, acusadas de selecionar mulheres a fim de mandá-las a morte. Para sua surpresa, uma delas é Hanna. Fatos históricos e sentimentos alemães pós-holocausto são explorados, muito embora não sejam o ponto alto da obra. Na realidade, Michael principia uma seqüência de indagações sobre perdão, culpa e, claro, seu amor nunca esquecido. Muitas vezes, o garoto relata sobre o que mais o atrai na amante: suas atitudes e movimentos. A maior reflexão de todo o livro é a possibilidade de amar as atitudes de alguém que, na realidade, cometeu crimes considerados piores que homicídio.No filme, o desenrolar torna-se sublime pela atuação dos protagonistas. Já no livro, a narrativa simplista e direta é a estrela. Contada pelo jovem Michael, a história é dividida em capítulos sintéticos e o recurso de flashback é utilizado com freqüência. Reflexões de um Michael garoto e do homem em que ele se transforma são alternadas, o que permite ao leitor perceber a mudança de comportamento do narrador. O autor, Bernhard Schlink, é professor de Direito da universidade de Humboldt e, durante a trama, termos técnicos surgem, sendo muito bem analisados e descritos para que o leitor possa compreender perfeitamente a situação em discussão.
Vale, mais uma vez, a dica de assistir ao filme antes de ler ao livre de Bernhard Schlink.
por Virgginia Laborão
2 comentários:
Gostei muito do texto e da mudança na sua maneira de escrever, comparado aos textos do ano passado. Acho que a forma como você escreveu, mais simples e objetiva tornou a leitura agradável e mais próxima daqueles que visa atingir.
E vou seguir sua dica: comprei o livro para ler antes de ver o filme, mas farei o contrário entao = ). Me decepcionei com "O menino do Pijama Listrado", o qual parece ter um contexto semelhante. Li o livro e achei tâo banal que nem mesmo assisti ao filme.
E me decepcionei ainda mais com Operação Valquíria, também em cartaz nessa onde de filmes retratando o Holocausto, Nazismo, etc. A ideia é boa, o tema é super interessante e também gostei das atuações. Mas aquela não parece a Alemanha e mutio menos soldados alemães. Talvez isso seja também favorecido pelo fato do filme ser filmado em língua inglesa: "Let' s kill Hitler".
Ótimo texto, Virgu!
Eu também estava com o livro pra ler aqui. Vai ficar pra depois =P
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