Conhece-te a ti mesmo? Ou conhece ao vestibular?
Horas após a prova do ENEM de 2008, nada mais vigente do que falar sobre educação. É inevitável que qualquer jovem brasileiro relacione essa palavra com o mais temível dos males: o vestibular. Questiona-se, porém, se esse critério seria justo e realmente seletivo. Basta comparar o desempenho dos primeiros colocados ao longo do curso universitário para chegar a conclusão de que o sistema é falho. No entanto, é a alternativa que resta em um país onde a educação pública é precária e muito distante da particular, ou seja, onde não é possível selecionar através da comparação daquele que estudou a vida toda em Bandeirantes, Porto Seguro ou Vértice, com aqueles que estudam em escolas federais, às vezes sem nem mesmo mesa para escrever.
Necessariamente, o vestibular tem que ser encarado como uma realidade pelas instituições educacionais. Contudo, o que se observa atualmente é que as escolas estão deixando de formar cidadãos, a fim de focar apenas na Fuvest, Unicamp, Unesp e outros. Muitos colégios viraram cursinhos. Não há trabalho em grupo, não há esporte, não há cultura. Há macetes, há módulos, há simulados. Nada que desenvolva a criatividade, a coletividade e a cidadania. O ensino é para o aluno estar entre os aprovados e não mais para a vida.
Por focarem quase que exclusivamente no exame de ingresso das faculdades, as escolas-cursinho não raro têm fomentado a preocupação com o vestibular nos alunos, utilizando-se para isso de métodos nada salutares, como a valorização da competitividade. Esta, por sua vez, acarreta nos alunos uma postura cada vez mais indivudualista, segundo a qual o seu próximo na classe não passa de um concorrente. Além disso, a priorização do vestibular deixa de ser positiva na medida em que o aluno esquece-se do convívio social e das atividades individuais, como a leitura. Por falta de tempo ou de interesse, o que tem ocorrido é que o vestibulando tem sido cada vez menos estimulado a pensar. Ao invés disso, a escola promove uma massificação do ensino, levando os alunos não a serem questionadores, mas a seguirem a lógica do vestibular.
Em um grito de sufoco, anuncia-se que o tema da próximas semanas será Educação. Você que está perdido em módulos atrasados, lendo Fovest achando que adianta pra algo ou percebendo que não vai dar tempo de ler a lista de livros para o vestibular, aproveite e desabafe: ensaiolotus@hotmail.com.
Horas após a prova do ENEM de 2008, nada mais vigente do que falar sobre educação. É inevitável que qualquer jovem brasileiro relacione essa palavra com o mais temível dos males: o vestibular. Questiona-se, porém, se esse critério seria justo e realmente seletivo. Basta comparar o desempenho dos primeiros colocados ao longo do curso universitário para chegar a conclusão de que o sistema é falho. No entanto, é a alternativa que resta em um país onde a educação pública é precária e muito distante da particular, ou seja, onde não é possível selecionar através da comparação daquele que estudou a vida toda em Bandeirantes, Porto Seguro ou Vértice, com aqueles que estudam em escolas federais, às vezes sem nem mesmo mesa para escrever.
Necessariamente, o vestibular tem que ser encarado como uma realidade pelas instituições educacionais. Contudo, o que se observa atualmente é que as escolas estão deixando de formar cidadãos, a fim de focar apenas na Fuvest, Unicamp, Unesp e outros. Muitos colégios viraram cursinhos. Não há trabalho em grupo, não há esporte, não há cultura. Há macetes, há módulos, há simulados. Nada que desenvolva a criatividade, a coletividade e a cidadania. O ensino é para o aluno estar entre os aprovados e não mais para a vida.
Por focarem quase que exclusivamente no exame de ingresso das faculdades, as escolas-cursinho não raro têm fomentado a preocupação com o vestibular nos alunos, utilizando-se para isso de métodos nada salutares, como a valorização da competitividade. Esta, por sua vez, acarreta nos alunos uma postura cada vez mais indivudualista, segundo a qual o seu próximo na classe não passa de um concorrente. Além disso, a priorização do vestibular deixa de ser positiva na medida em que o aluno esquece-se do convívio social e das atividades individuais, como a leitura. Por falta de tempo ou de interesse, o que tem ocorrido é que o vestibulando tem sido cada vez menos estimulado a pensar. Ao invés disso, a escola promove uma massificação do ensino, levando os alunos não a serem questionadores, mas a seguirem a lógica do vestibular.
Em um grito de sufoco, anuncia-se que o tema da próximas semanas será Educação. Você que está perdido em módulos atrasados, lendo Fovest achando que adianta pra algo ou percebendo que não vai dar tempo de ler a lista de livros para o vestibular, aproveite e desabafe: ensaiolotus@hotmail.com.
Um comentário:
Voltando à ativa, depois de um tempo de reflexão, quanto a um país onde a prova é o que conta, vim ler este artigo - entrelinhas, bem interessante, parabéns -, e percebi como a realidade é como a imaginava.
Estuda-se "para a prova", não "para aprender". Essa é a verdade: ninguém, eu não me excluo, somos seres que estudamos para a prova. Raramente nós recolhemos algo do que estudamos.
Um professor do ensino fundamental, no colégio onde estudo, decidiu, junto à área, mudar o sistema: prova surpresa, todas, fazendo com que os alunos comecem a estudar com cadência. Nas primeiras vezes irão mal, mas depois compreenderão.
O vestibular é, ao contrário da opinião proposta, um mal: você sai do colegial sem provar que você sabe. O vestibular vem depois! E isso é muito equivocado.
Em muitos países europeus, há provas obrigatórias nos finais de ciclo: 8ª série e 5º colegial (na Itália), ou 3º/4º colegial (na maioria dos outros países), onde você é testado não só pelos seus conhecimentos, mas também pela sua exposição dos fatos!
Chamada oral deveria ser uma prova existente em toda disciplina, mas só abrange as matérias lingüísticas, o que é um mal.
A quem for ler, pense nisso: estude, não para a prova, pois ela não vale nada, mas sim para seu futuro.
Grato pelo espaço dedicado,
Pier Francesco
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