Amor é prosa, sexo é poesia?

Às vésperas do Dia dos Namorados é notório o aumento do marketing a fim de se aproveitar do impulso consumista nessa data. A publicidade, que tem como principal intuito estabelecer uma identificação com o pensamento dos clientes, fornece uma idéia do que se passa pela cabeça dos brasileiros. A ousadia da propaganda deste ano de uma rede de loja de departamentos, cujo lema é “Papai-mamãe não. No Dia dos Namorados, surpreenda com C&A”, evidencia que o relacionamento amoroso da sociedade moderna é cada vez mais caracterizado por uma supervalorização dos prazeres, sem que estes estejam necessariamente ligados ao sentimento.
O sexo é e sempre foi elemento presente na relação de dois amantes. Num passado não tão distante, todavia, a relação sexual tinha um significado inestimável. Por causa dos padrões da sociedade, as mulheres controlavam o desejo de saciar seus prazeres e estabeleciam um valor a si próprias, que resultava na atribuição de um romantismo às relações sexuais.
Após o advento do feminismo, a história recente se encarregou de provocar uma alteração na figura da mulher. No passado, as mulheres eram vistas e se viam de maneira diferente. As conquistas feministas, que deixaram o sexo feminino em pé de igualdade com o oposto, mudaram a valorização da mulher para com seu próprio corpo. De guardiã da pureza e da castidade ela passou a ser um mero instrumento de sedução, o que é evidenciado através da facilidade com que se leva uma mulher para a cama nos dias de hoje. O sexo adquire desta forma outro significado, que se torna explícito na música "Amor e Sexo", da Rita Lee, que sugere a ruptura entre o sentimento e o ato, ou no dicionário Houaiss, que o define como "o contrário de castidade". Ou seja: nos moldes atuais, se algum indivíduo quiser ser casto, adeus ao sexo.
O que nos fez chegar a tal ponto de inversão de valores? Culpar os meios de comunicação pode parecer simplista, mas é inevitável afirmar que sua colaboração é significativa. Exemplos disso são as novelas, que exibem diariamente cenas escandalosas. Como elas servem de parâmetro para boa parcela da população, famílias inteiras vão aos poucos assimilando os absurdos do programa e considerando-os normais e passíveis de aceitação. Sem dúvida crianças, que não têm maturidade o suficiente para discernir o real do fictício, são as maiores vítimas dos roteiristas pouco ortodoxos das redes de televisão. O poder da mídia não pode ser segregado da leniência paterna e materna. A dificuldade (ou relutância) dos pais moderninhos em impor limites e proibir o filho de assistir àquilo que pode ser considerado inadequado na televisão dá margem ao aparecimento de uma geração inteiramente descomprometida com os valores que eles mesmos queriam conservar vivos.
Somado ao fato de os jovens partirem da premissa de que o sexo não é dotado da magnificência e da grandiosidade que outrora possuiu, o incentivo aos métodos anticoncepcionais atenua ainda mais, mesmo que indiretamente, a já leviana postura em relação ao sexo. A facilidade de prevenção da gravidez concede uma segurança aos parceiros sexuais, que se vêem livres das conseqüências características do ato sexual e terminam por praticar sexo sem nenhuma responsabilidade ou compromisso.
Para concluir, é possível perceber que a liberalização do sexo, que antigamente era considerado um tabu, chegou ao extremo de tornar-se banal. Assim como o tema da semana anterior, delitos escolares, há uma inversão resultante da luta por liberdade e o limite do equilíbrio é, infelizmente, ultrapassado.
Com o intuito de recebermos as opiniões de nossos leitores, fica aberto o convite a todos que quiserem participar do tema dessa semana: A banalização do sexo. Escreva seu texto ou contribua com qualquer forma de expressão artística através do Troca de Fluídos. E, obviamente, não deixe de acessar o blog para conferir as obras que serão publicadas durante a semana.
O sexo é e sempre foi elemento presente na relação de dois amantes. Num passado não tão distante, todavia, a relação sexual tinha um significado inestimável. Por causa dos padrões da sociedade, as mulheres controlavam o desejo de saciar seus prazeres e estabeleciam um valor a si próprias, que resultava na atribuição de um romantismo às relações sexuais.
Após o advento do feminismo, a história recente se encarregou de provocar uma alteração na figura da mulher. No passado, as mulheres eram vistas e se viam de maneira diferente. As conquistas feministas, que deixaram o sexo feminino em pé de igualdade com o oposto, mudaram a valorização da mulher para com seu próprio corpo. De guardiã da pureza e da castidade ela passou a ser um mero instrumento de sedução, o que é evidenciado através da facilidade com que se leva uma mulher para a cama nos dias de hoje. O sexo adquire desta forma outro significado, que se torna explícito na música "Amor e Sexo", da Rita Lee, que sugere a ruptura entre o sentimento e o ato, ou no dicionário Houaiss, que o define como "o contrário de castidade". Ou seja: nos moldes atuais, se algum indivíduo quiser ser casto, adeus ao sexo.
O que nos fez chegar a tal ponto de inversão de valores? Culpar os meios de comunicação pode parecer simplista, mas é inevitável afirmar que sua colaboração é significativa. Exemplos disso são as novelas, que exibem diariamente cenas escandalosas. Como elas servem de parâmetro para boa parcela da população, famílias inteiras vão aos poucos assimilando os absurdos do programa e considerando-os normais e passíveis de aceitação. Sem dúvida crianças, que não têm maturidade o suficiente para discernir o real do fictício, são as maiores vítimas dos roteiristas pouco ortodoxos das redes de televisão. O poder da mídia não pode ser segregado da leniência paterna e materna. A dificuldade (ou relutância) dos pais moderninhos em impor limites e proibir o filho de assistir àquilo que pode ser considerado inadequado na televisão dá margem ao aparecimento de uma geração inteiramente descomprometida com os valores que eles mesmos queriam conservar vivos.
Somado ao fato de os jovens partirem da premissa de que o sexo não é dotado da magnificência e da grandiosidade que outrora possuiu, o incentivo aos métodos anticoncepcionais atenua ainda mais, mesmo que indiretamente, a já leviana postura em relação ao sexo. A facilidade de prevenção da gravidez concede uma segurança aos parceiros sexuais, que se vêem livres das conseqüências características do ato sexual e terminam por praticar sexo sem nenhuma responsabilidade ou compromisso.
Para concluir, é possível perceber que a liberalização do sexo, que antigamente era considerado um tabu, chegou ao extremo de tornar-se banal. Assim como o tema da semana anterior, delitos escolares, há uma inversão resultante da luta por liberdade e o limite do equilíbrio é, infelizmente, ultrapassado.
Com o intuito de recebermos as opiniões de nossos leitores, fica aberto o convite a todos que quiserem participar do tema dessa semana: A banalização do sexo. Escreva seu texto ou contribua com qualquer forma de expressão artística através do Troca de Fluídos. E, obviamente, não deixe de acessar o blog para conferir as obras que serão publicadas durante a semana.
Por Ju Zero e Hank
6 comentários:
A desvalorização do sexo é visível e óbvia. Uma coisa considerada tabu outrora, agora é mero passatempo para os desocupados, ou até mesmo quem sabe, os desamados.
Como já foi dito, talvez esse acesso tão próximo e que parece até real nos faça trocar o valor antigamente atribuido à arte de amar.
Só posso dizer que é triste ver esse valor mudar tão rápido e tão incosequentemente.
Ótimo artigo, gostei muito mesmo!
Eu penso que sexo é o mais puro amor. E pra ser feito tem que ser com quem se ama. Inpependentemente da idade (salvo aqueles que nem sabem o que é isso ainda) é valido se há sentimento.
A ideia de transar só depois de casar é quase isso. Mas a questão é: e se você achar seu amor muito antes disso?
Antes de mais nada, queria te dizer obrigado pelos elogios. Fiquei extremamente feliz com eles. Obrigado.
Agora vem o troco: lendo teu texto, percebi o quanto você é realmente aguda em suas ações e em seus pensamentos. Conseguiste aplicar uma lição de moral a quem realmente precisa.
Parabéns, mereces-os de coração.
Continuarei escrevendo ao jornal, os temas escolhidos pela redação me deixam empolgados.
Poisé... concordo com as garotas. Só tenho uma pergunta a fazer: Querem transar? Hummm ^o)
Eu acredito que a desvalorização do sexo é presente e danosa. Julgo, no entanto, também danosa a sua colocação como obscenidade e tabu.
Gostei de análise, parabéns!
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